Toda vez que se fala em papéis sexuais, tem-se a sensação de que "ativo" é aquele que repete o padrão heterossexual de sexualidade, mas com o desejo direcionado a outro homem. Já o papel "passivo" traz um cunho pejorativo, de submissão e feminilidade, denotando uma repetição do modelo feminino e um preconceito do próprio homossexual em relação a esse papel.
Existem duas idéias. A primeira, de que um indivíduo ativo seria superior a um passivo, estando "por cima", na cama e fora dela. Daí surgem termos depreciativos, como passivona, PAM (passiva até a morte), dadeira, entre outros, só porque uma biba assume gostar de ser passivo na transa. E a coisa é universal. Eu ainda prefiro o "ativo" e o "passivo" da Língua Portuguesa, do que o "top" e o "bottom" do Inglês, pois denotam ainda mais os papéis do dominante e do submisso.
A segunda idéia é a de que qualquer gay, hoje em dia, deve assumir os dois papéis na cama e aparentar nenhum na sociedade. E que, ao contrário, deve demonstrar mais frieza e sisudez do que os héteros, como se os héteros fossem sempre frios e sisudos. Ledo engano, porque a maioria não é.
Nessa relação ativo/passivo, cria-se um jogo entre o ativo, dominador, que tem o "poder", e o passivo, dominado, que se "submete" a esse poder. O desejo sexual de um indivíduo passivo não corresponde necessariamente com suas atitudes diante da vida. Ou seja, você ser na cama não significa se submeter ao poder do outro na cama, muito menos fora dela. Existem homens sexualmente ativos que são submissos ao seu parceiro passivo, tanto na cama, como em sociedade.
Claro que existem pessoas que gostam igualmente de ser ativas e passivas na cama. O importante é transar da forma que gosta, com quem gosta e com segurança, e não se preocupar em criar "normas" para o prazer. Sexo foi feito pra compartilhar, dividir, ter prazer, trocar e ser criativo. Não para imitar ou seguir. O prazer sexual é seu e você tem todo o direito de se permitir senti-lo da forma mais adequada ao seu tesão.