terça-feira, 12 de setembro de 2006

Sexo, drogas... e o que mais mesmo?



No último sábado, acabei fazendo um programa que há tempos não fazia. À tarde meu amigo Eduardo, um dos mais antigos e queridos por sinal, me ligou, chamando para uma reuniãozinha em sua casa, logo mais à noite, para comer um hot dog com refri, jogar conversa fora e assistir um DVD. Como estou "namorandinho", adorei a opção de um programinha light. Pois bem, chegamos à casa de Dudu por volta das 9 da noite, onde mais cinco de meus amigos já nos esperavam. Sentamos à mesa e fizemos nosso lanchinho, conversamos e rimos muito, depois vimos um filme em DVD ("Sentinela", com Michael Douglas, mais ou menos...). Pouco depois da meia-noite estávamos indo embora, satisfeitos.
Pensando nisso depois, me lembrei de algo que li certa vez, ou ouvi, não tenho bem certeza, assim como não lembro quem foi o autor da frase: "A classe média hoje se sustenta em três pilares: sexo, drogas e Credicard." Isso se aplica muito à comunidade gay. Por isso, às vezes até estranhamos quando nos convidam para uma reunião onde não há intermináveis filas no banheiro, garage ou techno no cd player e gente se pegando.
Conheço um monte de gente que vive nesta trinca, não necessariamente nesta ordem, praticamente toda a vida. Gente que não consegue por o pé na rua se não estiver colocado. Que não consegue dançar se não for garage ou drag music. Gente que não se diverte se não rolar uma pegação e que não marca um segundo encontro porque descobriu que a biba compra na Riachuelo. Pouco a pouco, a estética e o estilo de vida do mundo gay vão impondo um padrão autoritário que não admite cidadãos de segunda categoria. Dependendo do lugar onde se vai, ou você é malhadérrimo, ou você não existe. Em alguns bares e boates, se você não se colocar, não consegue nem entender o que se passa a sua volta. Conheço pessoas que saem e, se não rolar uma cama no final, acham a noite horrível e monótona.
Estou longe de ser uma freira carmelita. Adoro gente bonita, dançar até de madrugada e uma boa tequila. Não há nada pior do que ônibus cheio ou depender da carona dos outros. Mas ando um tanto cansado do autoritarismo da barbie, da tirania da Colcci e da ditadura do ecstasy. Nada contra, mas é limitar demais a vida. Talvez por isso mesmo a gente deva se patrulhar para não reproduzir esquemas radicais.
Alguém já percebeu que o mundo gay racha praticamente ao meio quando o assunto é casamento? Os tipos são inconfudíveis. De um lado, a biba que não consegue ficar sem alguém. Para ela, todos os solteiros são umas vagabundas e quem só quer uma diversão é uma irremediável galinha. De outro lado, as bibas cuja auto-estima é tão grande, mas tão grande, que qualquer tentativa de alguém se aproximar é considerada "invasão do meu espaço". Estas não casam nunca. Até namoram. Mas casar, nem pensar. Enquanto isso, perdemos de vista coisas pelas quais deveríamos ter mais carinho. Ou deixamos de brigar pelo que é justo.
E como eu pude provar pelo meu último sábado, uma coisa tão simples como curtir o namorado e os amigos, não tem modismo que supere. Não tem preço.

7 comentários:

Anônimo disse...

Fê, eu não sei se essas coisas vem com a idade. Acontece que eu já não tenho aquela paciência para baladas, drogas e sexo grátis. Não porque tenho o Alê, mas porque sempre gostei de carinho, amigos, vinho, música e filmes. Nada se compara a isso (na minha humilde opinião). Fico contente por vc estar curtindo essa fase. Em breve faremos isso juntos.

Bjs

Andrea disse...

Que reflexão lúcida! Tudo o que é imposto ( especialmente pelos que se dizem AMIGOS) é muito chato.

Deixa cada um viver como quiser , eunquanto quiser e quando lhe convier.

Vive la diference!

Anônimo disse...

Apresentando os amigos ao namorado ? Que beleza !
E fala sério, não há balada que supere reuniãozinha com amigos. concordo totalmente

bj pra vc, querido

Anônimo disse...

Eu gosto de variar. Às vezes balada, às vezes programa light.
Mas também acho triste as pessoas se prenderem a essa trinca e não saberem se divertir de outro jeito. Embora eu ainda não tenha enjoado de ficar só por ficar, rs... E ingerir umas balas é sempre bom! Ops.. Tô brincando!!! hauhauha (Só em relação às balas).

Anônimo disse...

o problema, como vc falou, está nessas coisas serem impostas. Aí fica muito chato mesmo, depender dessas coisas para se divertir é ridículo.
Sem contar que é muito mais divertido beber se drogar e trepar naturalmente, pq queremos e não pq precisamos.

Anônimo disse...

Acabei de perceber que meu tio é uma Barbie!
hauhauhauahuahauhauahuahuahau
Beijos, meu bem!

Anônimo disse...

Nossa fê, amei seu post!
Até imaginei vc de freira carmelita-rs

é impressao minha ou a impressao pessimista de casamento esta suavizando?

bj