Ontem, depois de um período de clausura auto-imposto, vivendo no esquema casa-trabalho-casa, decidi que uma das medidas a tomar para sair de meu baixo-astral emocional será retomar a minha vida social. Isso determinado, passei a mão no celular e liguei para o meu amigo Dudu. Ninguém melhor que ele para melhorar o astral de qualquer um. Pois bem, combinei de dar uma passada em sua casa mais à noite. Chegando lá, conversamos bastante, colocamos os assuntos em dia, contei-lhe meus recentes problemas e ele, como sempre, me deu alguns bons conselhos e palavras de apoio. E claro, contou-me algumas de suas aventuras entre algumas Skol Lemon (como é gostosa!) e uma porção de salaminho. E, pra variar, as histórias de Dudu me fizeram rir um bocado.
Até aí minha noite já teria valido a pena. Mas, lá pelas tantas, nosso amigo Mauricinho (sim, eu tenho um amigo Mauricinho...) ligou para ele pra saber se iria fazer algo. Dudu comentou que eu estava em sua casa e ele nos convidou para ir ao bar Alternativo. Não, não se trata de um estilo. O nome do bar é Alternativo mesmo. Eu topei acompanhá-los, até porque não conhecia o bar e achei que seria bom ver pessoas, ouvir uma música e beber mais um pouco.
Há tempos ando desanimado de sair em São José. Tudo bem que a cidade nunca foi uma meca gay (perdão pelo cacófato horrível), mas de uns tempos pra cá a falta de opção anda gritante. Depois do fechamento de duas boates imposto por "forças ocultas" (mas nem tanto), havia sobrado apenas um bar gay na cidade, que simplesmente lotava e acabava se tornando desconfortável, por ser pequeno e não suportar o público gay da cidade (que não é pequeno). Logo abriram-se mais dois bares. Num deles, no qual eu também nunca fui, ouvi dizer que o movimento anda fraco. E neste Alternativo Bar, que segue uma linha mais trash, até que estava dando uma boa galera.
Desmunido de preconceitos, resolvi então conhecê-lo, na companhia dos meus amigos. Valeu a noite. Dei muita risada! O lugar é a síntese do trash, a começar pelo ambiente. O bar, na realidade, já virou uma pequena buatchy, com pista de dança, palco para show de drag e até dark room. Aliás, o show em si foi de rolar de rir, com a drag Cibelly Xuxu (?) encarnando uma Beyoncé rápida e fazendo Dejà vú, com uma roupa estilo maiô colante com uma abertura na frente, deixando aparecer metade dos pêlos pubianos, depilados como se fossem uma xoxota. Precisa dar mais detalhes?
O povo que frequenta é uma atração a parte. Dificilmente eu arriscaria uma paquera por lá, acho que o teor de álcool na minha corrente sangüínea teria de estar muito elevado para tanto. Mas que foi muito divertido ficar observando aquela galera exótica dançando e se divertindo enlouquecidamente, isso foi. E fica a liberdade para você interpretar o eufemismo.