Preferimos fazê-lo pessoalmente e não por telefone. E não teve jeito: estar em Brasópolis ontem me encheu o coração de saudades profundas. Saudades de minhas férias escolares da infância e começo da adolescência, todas passadas lá. Saudades de meu querido avô e sua casa antiga, cheia de janelas, com piso de tábua corrida, porão e fogão de lenha. Saudades de Tia Georgina e sua cristaleira cheia de bibelôs em sua sala de jantar, com as paredes repletas de quadros com fotos dos garbosos bailes no clube social da cidade, nos anos 50, 60 e 70. Saudades dos deliciosos doces em compota de Tia Isolina que, por ironia do destino, era diabética. Saudades das tilápias do rio Sapucaí e das tediosas pescarias com o Tio Marquinhos e o Tio Juca. Saudades dos banhos de cascata no verão e da chuva que sempre caía no final da tarde, deixando no ar aquele inconfundível cheiro de paralelepípedo molhado. Saudades das infindáveis tardes e noites jogando intermináveis partidas de War com os meus primos. Saudades dos rolês noturnos na praça da matriz e das paquerinhas na lanchonete. Saudades de minha primeira paixãozinha platônica por um garoto, aos 13 anos, e dos sundays que rachávamos na sorveteria.
Estar em Brasópolis ontem me encheu o coração de saudades... saudades de um tempo onde as coisas pareciam muito mais fáceis. E a vida menos ingrata.
6 comentários:
Nando, nada como ter essa experiência de infância em Minas. Eu tive também, e me sinto exatamente assim quando vou a BH. Fiquei emocionada com seu texto. Desejo melhoras pra sua mãe. Um abraço bem apertado, meu lindo.
ai Fê, deu uma nostalgia ler seu post, parecia q a mineira era eu, imaginei cada cena de encontro com seus tios acredita?
Que post gostoso...cheirim de goiabada no tacho
Tô esperando sua lista, hein?
Ai, eu sou mineiro, e sempre lembro das mangas que comia no quintal daminha casa. Êta saudade.
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